Antonio Manuel da Silva Oliveira chega ao Brasil em 1953 e fixa residência com a família no Rio de Janeiro. Em meados da década de 1960, estuda na Escolinha de Arte do Brasil, com Augusto Rodrigues (1913-1993), e frequenta o ateliê de Ivan Serpa (1923-1973). Nessa época, é também aluno ouvinte da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Inicialmente, utiliza o jornal e sua matriz – o flan – como suporte para seus trabalhos. Realiza interferências e inventa notícias, nas quais aborda temas políticos e discussões estéticas.
Em 1968, na exposição Apocalipopótese, organizada por Hélio Oiticica (1937-1980) e Rogério Duarte, apresenta as Urnas Quentes – caixas de madeira lacradas que deveriam ser arrebentadas pelo público. Em 1970, Antonio Manuel propõe o próprio corpo como obra, no Salão de Arte Moderna, realizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Posteriormente, produz vários filmes de curta-metragem, como Loucura & Cultura (1973) e Semi-Ótica (1975).
A partir da década de 1980, realiza pinturas de caráter abstrato-geométrico, nas quais explora as ortogonais e a sugestão de labirinto. Apresenta, em 1994, a primeira versão da instalação Fantasma e posteriormente na 24a Bienal de São Paulo, em 1998, continuava a transitar pelo binômio revelar/esconder. A peça tinha dezenas de pedaços de carvão pendurados em uma sala expositiva, junto da fotografia de uma testemunha de um crime que não poderia mais expor sua identidade.
Manuel também expôs a instalação Sucessão de fatos na Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 2003 e participou da 29a Bienal de São Paulo em 2010. Há obras do artista em acervos importantes do país, como o MAM-RJ, o MAM-SP e o MAC-USP.
Com utilização de várias formas de expressão, a obra de Antonio Manuel traz um caráter de inquietude e de constante reflexão sobre o contexto social e político brasileiro.