Nesse contexto estético-histórico dois grandes nomes se destacaram, um pela primogenía e
sucesso, e outra pelo rigor da sua produção e organização de sua obra em blocos de décadas,
que foram reproduzidas em mais de uma dezena de livros, além de perpetua-la no instituto que
leva seu nome.
Essa exposição organizada pela Cassia Bomeny Galeria de Arte no Rio de Janeiro reúne um
significativo acervo de obras, dos maiores expoente desse movimento, de forma livre e bela.
Manabu Mabe (1924-1997, São Paulo) nascido em Kumamoto no Japão imigrou para o Brasil
juntamente com sua família, que se dedicou ao trabalho na lavoura de café no interior do estado
de São Paulo. Em 1945, na cidade de Lins, aprende a preparar as telas e as tintas com o artista
Teisuke Kumasaka. Sua grande sensibilidade e criatividade o conduziram para sua definitiva
opção de vida como artista. Na mesma época já em São Paulo capital, integrou-se ao Grupo
Seibi e participou das exposições com esses artistas.
No inicio dos anos 50 se aproximou do Grupo Guanabara, evoluindo sua linguagem da
figuração, para o abstracionismo informal. Nessa caminhada, Mabe incorporou alguns
elementos da figuração, agora não mais representativa, mas como unidade de suas criações.
Em 1958 recebeu o Premio Leirner de arte contemporânea e no ano seguinte foi homenageado
pela revista Time de Nova York, com o artigo intitulado The Year of Manabu Mabe.
Na quinta Bienal internacional de São Paulo recebeu o prêmio de melhor pintor nacional e o
prêmio de pintura na primeira Bienal de Paris em 1986. No mesmo ano realizou uma
retrospectiva de sua obra, com lançamento de seu livro definitivo e referência de seu trabalho.
Tomie Ohtake (Kioto Japão, 1913-São Paulo, 2015) chegou ao Brasil em 1936 fixando-se em
São Paulo. Em 1952 iniciou seus interesses pela pintura através do artista Keisuke Sugano. No
ano seguinte integrou-se ao Grupo Seibi do qual já participavam Manabu Mabe, Teikashi
Fukushima, Flavio-Shiró e Tadashi Kaminagai entre outros. Tomie definiu-se rapidamente pelo
abstracionismo pesquisando diversas linguagens sobre papel. Desses exercícios surgiram suas
primeiras pinturas de formas orgânicas.
Na década de 60 Tomie viajou para os Estados Unidos e se depara com os trabalhos do Russo
Mark Rothko. De volta ao Brasil desenvolveu uma serie de criações sob essa inspiração. Nas
décadas seguintes aumentou a leveza das linhas e a intensidade das cores, demarcando sua obra
em fases.
Dedicou-se também á escultura e realizou muitas delas para espaços públicos de várias cidades
do Brasil e do mundo.
Em 1995 é agraciada com o prêmio Nacional de artes plásticas do ministério da cultura, pelo
conjunto de sua obra.
Em 2000 foi criado o instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.