Com uma produção baseada em uma potente assinatura cromática, a artista visual Renata Egreja inaugura a sua primeira exposição individual “Nem toda rosa é rosa”, no dia 04 de maio, na Galeria Cássia Bomeny, no Rio de Janeiro. A mostra conta com a curadoria de Paula Borghi, e apresenta pinturas e cerâmicas inéditas, produzidas especialmente para a ocasião.
Em suas pinturas o vocabulário de formas e gestos da artista visual Renata Egreja tem constância. Seus trabalhos partem de uma pesquisa que se debruça há anos sobre as questões de gênero. Utilizando a natureza morta como fio condutor, a exposição parte de uma das simbologias mais associadas a imagem da mulher: a rosa. Partindo desse pressuposto, a artista paulistana, confabula, escancara e provoca o público à reflexão sobre este ícone. “O que se tem aqui é, de fato, uma artista que reivindica seu lugar e o faz por meio de iconografias circunscritas ao feminino, a fim de esgaçar os limites deste adjetivo no campo pictórico”, comenta Paula Borghi, curadora da exposição.
Renata Egreja explora a relação da flor com o caráter político, subjetivo e social de ser uma artista do sexo feminino diante de uma História da Arte majoritariamente protagonizada pelo sexo masculino. A artista formada pela Ecole des Beaux Arts de Paris, na França, revela que seu repertório de cores fortes e pinceladas intensas reverbera em seu atravessamento naquilo que tange o feminino. “Eu pinto como quem arranja um vaso de flores na mesa do jantar, imagino formas como quem tricota uma toalhinha. E em todas essas intenções é o meu corpo de mulher quem cria. Nem toda rosa é rosa é uma exposição plena de elementos ornamentais que dançam para quem os vê”, afirma a artista.